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Casa Velha: Análise da Obra de Machado de Assis

Confira!

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Casa Velha é considerada uma das obras-primas de Machado de Assis e um marco da literatura brasileira. A obra retrata com maestria a sociedade brasileira do século XIX, expondo suas hipocrisias e contradições. Dessa forma, a análise psicológica dos personagens e a construção da narrativa através da memória e da nostalgia tornam Casa Velha uma obra atemporal e de grande relevância para a literatura universal.

Enredo e Estrutura Narrativa

Casa Velha narra a história de Cândido Neves, um homem que, após a morte de sua tia, retorna à casa onde viveu na infância e revive suas memórias. A narrativa se desenvolve em primeira pessoa, através da voz de Cândido, que tece digressões e reflexões sobre sua vida e a de seus familiares. A estrutura do romance é complexa e não linear, marcada por flashbacks e saltos temporais que acompanham o fluxo de memória do protagonista.

Temática e Complexidade

A obra explora com maestria uma gama de temas universais, como por exemplo a memória, a nostalgia, o tempo, a morte, a família, a ascensão social, a hipocrisia social, o amor, o adultério e o destino. Machado de Assis tece uma narrativa rica em detalhes e digressões, revelando a complexidade das relações familiares e os segredos que habitam a Casa Velha. A análise psicológica dos personagens é profunda e perspicaz, expondo suas contradições, frustrações e desejos.

Personagens e Simbolismo

  • Cândido Neves: Um homem amargurado e ressentido, que busca na memória da infância um refúgio para sua vida vazia. Sua jornada de revisão do passado é marcada por ambivalência, revelando tanto idealização quanto ressentimento.
  • Sinhá Vitória: Uma mulher forte e ambiciosa, que lutou para ascender socialmente. Sua figura representa a força matriarcal e a busca por status e reconhecimento.
  • Comendador: Um homem rico e poderoso, mas infiel e dominador. Sua personalidade complexa o torna um personagem ambivalente, ora admirado, ora criticado.
  • Ricardo Coração dos Santos: Um homem religioso e honesto, que se torna padre. Sua trajetória contrasta com a de seus irmãos, representando a busca por um caminho alternativo de vida.
  • Luís da Costa Neves: Um homem boêmio e aventureiro, que se envolve em problemas. Sua rebeldia e inconsequência o colocam em conflito com a rigidez moral da família.
  • Lalau: Uma jovem órfã, criada na Casa Velha, que se apaixona por Félix. Sua história é marcada pelo mistério e pela tragédia, simbolizando a fragilidade da vida e a inevitabilidade da morte.
  • Félix: Um jovem médico, filho de um amigo do Comendador, que se apaixona por Lalau. Sua paixão desafia as normas sociais e familiares, culminando em um desenlace trágico.

A Casa Velha como Símbolo

A Casa Velha transcende o mero cenário e se configura como um símbolo multifacetado. Ela representa a memória, a nostalgia, a tradição, a família e os segredos do passado. No entanto, a casa é também um espaço de opressão e de hipocrisia, onde os personagens se veem confrontados com seus próprios fantasmas e com as contradições da sociedade em que vivem.

Recursos Estilísticos e Linguagem

A linguagem de Casa Velha é rica em recursos estilísticos, como por exemplo a ironia, o sarcasmo, a antítese e a metáfora. Machado de Assis utiliza esses recursos para construir uma narrativa complexa e ambivalente, que explora diferentes perspectivas e questionamentos. A linguagem elegante e precisa do autor contribui para a construção de um texto denso e instigante, que exige do leitor uma leitura atenta e reflexiva.

Em suma, Casa Velha é uma obra complexa e multifacetada que convida o leitor a uma profunda reflexão sobre a vida, a memória, a família, as relações humanas e os jogos de poder. A leitura da obra é uma oportunidade para mergulhar no universo de Machado de Assis e apreciar sua genialidade literária.

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