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O que é a cultura do cancelamento?

Entenda como a hipersensibilidade digital está influenciando os debates dentro das universidades

Você já viu uma discussão simples virar uma treta gigante na faculdade? Já sentiu que não podia opinar sobre um tema por medo de ser mal interpretado? Se sim, você já teve contato direto com os efeitos da cultura do cancelamento dentro do ambiente acadêmico.

Nos últimos anos, a cultura do cancelamento deixou de ser um fenômeno apenas das redes sociais e passou a influenciar também os debates universitários — mudando a forma como professores, alunos e cursos lidam com opiniões divergentes.

O que é a cultura do cancelamento?

A cultura do cancelamento é, basicamente, o ato de expor, criticar publicamente e excluir socialmente alguém por falas ou atitudes consideradas ofensivas.

Embora o objetivo original fosse cobrar responsabilidade de figuras públicas, o fenômeno extrapolou os limites digitais e começou a moldar o comportamento coletivo, inclusive nas salas de aula.

É fato: os estudantes de hoje são mais engajados, críticos e atentos a pautas sociais como racismo, machismo, LGBTQIA+fobia, entre outras. No entanto, muitos professores e alunos relatam que a hipersensibilidade está tornando os debates menos produtivos. Qualquer opinião fora do esperado pode gerar desconforto, acusações ou até tentativas de “silenciamento”.

Dessa forma, a vontade de evitar conflitos acaba impedindo a troca de ideias — que deveria ser o coração da universidade.

Redes sociais como tribunal

Hoje, uma fala mal colocada em aula pode parar no Twitter em segundos. Alunos gravam, postam e julgam, muitas vezes fora de contexto, o que cria um clima de medo. Como por exemplo, um professor que faz uma provocação acadêmica pode ser visto como insensível, mesmo que a intenção fosse estimular o pensamento crítico.

Isso tem levado muitos docentes a evitarem certos temas, limitando o conteúdo e o potencial de aprendizado.

Cancelar ou educar?

Uma dúvida importante: estamos cancelando ou educando? Há uma diferença entre criticar comportamentos preconceituosos e impedir qualquer conversa desconfortável.

A universidade, por essência, é o espaço da incomodação saudável, da dúvida, do argumento e do contra-argumento. Portanto, silenciar por medo é o oposto de formar pensadores críticos.

Como equilibrar respeito e liberdade de expressão?

Esse é o grande desafio da Geração Z dentro da universidade: construir um ambiente seguro, mas que ainda permita o embate de ideias.

Algumas sugestões práticas:

  • Pratique a escuta ativa, mesmo quando discordar
  • Questione ideias, não pessoas
  • Dê espaço para explicações antes de julgar
  • Lembre-se de que errar (e aprender com isso) faz parte do processo formativo

Em suma, é possível ser firme em seus valores sem fechar as portas para o diálogo.

A cultura do cancelamento trouxe reflexões importantes, mas também um clima de tensão nos espaços de aprendizado. O equilíbrio entre liberdade de expressão e responsabilidade precisa ser construído com empatia, escuta e maturidade intelectual.

Quer viver a universidade com intensidade, sem medo de se expressar e com seu espaço de reflexão garantido? A WeStudy é a moradia ideal pra quem quer viver sozinho, mas sempre conectado com o que importa.