
A insegurança alimentar no Brasil apresentou uma queda significativa entre 2023 e 2024. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo IBGE, a taxa passou de 27,6% para 24,2%, representando 2,2 milhões de lares a menos nessa condição.
Além disso, 624 mil famílias deixaram de passar fome no mesmo período, saindo do nível de insegurança alimentar grave. Em números absolutos, o total de domicílios nessa situação caiu de 3,1 milhões em 2023 para 2,5 milhões em 2024.
Esses resultados indicam uma melhoria no acesso à alimentação e uma recuperação gradual do cenário social brasileiro. A pesquisa mostra que, atualmente, 59,4 milhões de domicílios têm comida garantida, o que reforça o avanço no combate à fome.
Fatores que contribuíram para a melhora
Segundo a pesquisadora do IBGE Maria Lúcia Vieira, a melhora no mercado de trabalho e os programas sociais do governo federal foram determinantes para essa redução. Ela destaca que a insegurança alimentar moderada ou grave atingiu o menor nível desde 2004, quando o levantamento começou a ser realizado.
De fato, o aumento no número de empregos formais, aliado à ampliação de políticas públicas como o Bolsa Família e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), contribuiu para garantir renda e acesso regular à comida para milhões de brasileiros.
Desigualdades regionais e sociais persistem
Apesar da melhora, o estudo evidencia que a insegurança alimentar ainda é uma realidade desigual no país. Nas áreas rurais, a taxa chegou a 31,3%, enquanto nas áreas urbanas ficou em 23%.
Entre os estados, Pará, Amapá, Roraima e Amazonas registraram os maiores índices. Por outro lado, Santa Catarina apresentou o menor percentual de insegurança alimentar do Brasil.
Outro dado importante é o perfil das famílias afetadas. Três em cada cinco lares com insegurança alimentar são chefiados por mulheres, e a taxa é mais alta entre pessoas pretas e pardas, o que reforça as desigualdades de renda e gênero.
Além disso, 71,9% dos domicílios com insegurança alimentar grave ou moderada vivem com renda mensal de até um salário mínimo por pessoa. O nível de escolaridade também influencia: entre os responsáveis que têm apenas o ensino fundamental completo, 65,7% vivem em insegurança alimentar grave.
Perspectivas e desafios
Os dados da Pnad mostram que o Brasil está avançando no combate à fome, mas ainda enfrenta desafios estruturais. Garantir o acesso equitativo à alimentação passa por reduzir desigualdades regionais, fortalecer programas de transferência de renda e investir em educação e geração de emprego.
Com políticas públicas eficazes e monitoramento contínuo, o país pode caminhar para eliminar a fome e assegurar o direito à alimentação adequada previsto na Constituição.
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